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17/03/2010

Atuns de 100kg

O atum sempre foi um peixe que me fascinou bastante. Pela sua beleza, pelo seu porte e principalmente pela sua força e atitude, deixa qualquer pescador com o batimento cardíaco no redline.
No final do ano passado, no mês de Outubro, tive a oportunidade de acompanhar de perto esta faina. Ainda perguntei ao Mestre na véspera se poderia levar o meu material de caça mas no dia seguinte logo percebi o quanto tinha sido despropositada a minha questão e mais à frente irão perceber porquê.
Chegado o grande dia, o relógio marcava 6h da manhã e já eu estava no porto pronto para a aventura, vestindo roupa de água e de mochila às costas com o farnel e a máquina fotográfica. As previsões que apontavam para vento nordeste de 20 a 30km/h e ondulação de 1 a 2m, não eram as piores mas achei por bem levar os meus vomidrine pois nas minhas últimas viagens a Cabo Verde fartei-me de engodar a água, quase que não foi necessário o uso dos flashers. Mas disto falarei noutra altura.
Depois da azáfama habitual dos últimos preparativos lá zarpamos com o sol a espreitar por cima da linha do horizonte.
Navegamos cerca de 1 hora para sul e com o dia a começar a clarear comecei a ver outros barcos atrás de nós, como se de uma corrida se tratasse. Mas não. O spot é que já era conhecido pela frota toda. Paramos então nas 10 milhas onde já se encontravam mais alguns barcos e aguardamos. Perguntei ao Mestre porque estávamos ali parados sem colocar as linhas nem isco ao que ele respondeu que esperávamos que o peixe “levantasse”.
E assim foi, não levou 1 minuto e começo a ouvir os motores a toda a força em direcção a um pequeno bando de aves que fazia voos rasantes à superfície. Percebi de imediato porque não me aconselharam a levar o material de pesca submarina, é que mais parecia o velho ditado “30 cães a 1 osso”. Incrível, quase que colocavam os barcos por cima uns dos outros!!! Realmente era impossível alguém entrar na água com aquela agitação toda! Apanhamos 2 lindos bichos neste lance, em que um deles levou 45 minutos a ser trazido à borda do barco.
Peixes no porão e lá seguimos em nova busca. Por esta altura a ondulação crescia um pouco pois o vento também aumentara. Navegamos mais um par de horas e nenhum sinal de atuns. Foi então que o Mestre resolveu ir um pouco mais fora, até às 12 milhas.
Excelente decisão pois detectamos um novo cardume que se traduziu em mais quatro peixes enormes. Era impressionante ver a tripulação trabalhar aqueles peixes com cerca de 100kg com cabos de nylon a correr nas suas mãos sem luvas.
Fazendo um balanço, estávamos há sete horas no mar e já tínhamos seis peixes no porão.
Continuamos à procura de aves ou de algum sinal que a sonda acusasse por mais algumas horas até que demos com mais um cardume que permitiu apanhar mais quatro Patudos, os dois últimos com cerca de 120kg. Já somávamos 10 Atuns no porão e a tripulação estava orgulhosa e bem disposta, o dia ia render uns bons trocados.
Contudo, era a vez do material acusar algum desgaste. A bomba de água que permitia manter o isco vivo (chicharro e cavalinha miúda) dentro do tanque avariou e tivemos que dar a pescaria por concluída pois sem forma de manter o isco vivo era impossível apanhar os atuns.
Rumo a terra onde chegamos por volta das 19 horas, família, amigos e companheiros aguardavam curiosa e impacientemente para ver o resultado da faina. O resultado foi 10 Atuns Patudos capturados, o mais pequeno com cerca de 80kg e o maior ultrapassou os 125.
Aqui fica um pequeno vídeo com as imagens que consegui capturar mas confesso que não foi tarefa fácil. Foram 12 horas em constante balanço e posso vos dizer que no dia seguinte quando acordei, ainda tinha a sensação de balanceamento.
Queria deixar também o meu obrigado a toda a tripulação e em especial ao Mestre Weber por me ter proporcionado esta experiência.
Um bem-haja a estes homens e às gentes do mar!


9 comentários:

Nelson Raposo disse...

Belo documentário Pedro!...parabens

BlueWater Spot disse...

Obrigado Nelrap, achei interessante mostrar um pouco desta pesca tão diferente da que praticamos.

Azoresub-Bluewater disse...

Lindo Lindo adorei! ;) Ta muito bom o post!
Um dia tambem gostava de exprimentar ir barco de pesca!

Abraço
Tibério

Azoresub-Bluewater disse...

Lindo Lindo adorei! ;) Ta muito bom o post!
Um dia tambem gostava de exprimentar ir barco de pesca!

Abraço
Tibério

Unknown disse...

espetacular, bela pescaria .
quem me dera tar ai nesse dia.
parabens bom trabalho.

BlueWater Spot disse...

Obrigado pessoal. Foi uma experiência mt interessante!

NC disse...

imagina la se fosses de arma para o meio da confusão... devia haver mais barcos que peixe rsrsrs

por acaso e daquelas coisas que sempre imaginei interessante principalmente quando vejo os descarregamentos no porto... parabens ficou mt bom ;)

BlueWater Spot disse...

Pois, realmente era impossivel... o respeito pelos outros e o cumprimento das regras simplesmente não existiu ali!!!!
Mas valeu a pena!!

NC disse...

simplesmente quem quiser caçar este tipo de peixe nao pode escolher um ponto quente... terá sim de encontrar uma oportunidade afastado dessa completa confusao... e mesmo no rules there lol!